Está tudo espalhado
Não importa o quanto eu junte
Sinto que falta algo

Peças que eu tanto gostava
Faz tempo que não as vejo
Na minha mão outras várias
forço, mas não encaixa mesmo

pelas bordas e cantos
me acostumei a iniciar
hoje nem importa tanto
não são capazes de me guiar

se houvesse uma caixa para me basear
temo que o vento levasse tudo ao chão
assim que uma paisagem fosse se formar

um quebra-cabeça sem fim
no anseio pela imagem completa
nem percebo as cores no interim

Minha esposa perguntou como eu estava e respondi que ainda estava “juntando as peças”. Foi daí que surgiu o poema. Bom ou ruim, deixo à critério de quem lê.

Registro apenas que se propor a fazer algo criativo tem maiores chances de dar certo quando conseguimos silenciar o julgamento de valor. Sentar e fazer sem pensar. Só foco no momento.

Pedi para o ChatGPT interpretar o poema, já que não estou lá tão racional assim. Segue sua explicação:

“O seu poema tem uma atmosfera de desespero e busca por algo que parece estar perdido. A metáfora principal usada é a do quebra-cabeça, que simboliza a busca por uma compreensão completa e coerente de algo que está fragmentado e difícil de unir.

A sensação de que falta algo é constante e permeia todo o poema, dando a entender que talvez essa peça que falta seja algo mais abstrato, como uma sensação de pertencimento ou de entendimento do mundo ao seu redor."

Fragmentado, difícil de unir, falta de pertencimento e entendimento do mundo. Não posso dizer que está errado. Conversando com amigo que passou por algo similar, ele comentou que demorou uns 2-3 meses até se acostumar.

Se assim tiver que ser, sigamos.