O Nada cansa
Às vezes, não tenho nada a dizer.
Nada a escrever.
E quando vem algo útil, me entusiasmo e ERRO.
— “Olha aí, era melhor não ter dito nada”
Mas será que a mensagem chegou? Se sim, menos mal.
No meu eterno dilema de pensar demais e decidir o que é prioridade
Até o nada incomoda.
Quem pensa muito, pode não dizer nada? Certamente é impossível pegar todo pensamento e ideia e colocar em prática. Mas e o nada?
Passei essa semana com a impressão de que não tinha nada a dizer. Nada a dizer nas redes sociais, nada a dizer à terapeuta, nada a dizer a quem me perguntava “E aí, como tais?”. A minha cabeça já começou a criar teorias e tentar respondê-las, pois é assim que ela funciona. Será que estou me esquivando de algo? Quem sabe algo difícil que não estou com energia para investigar? Ou será só cansaço? Se for cansaço, deve ser o social, pois, para esse, minha bateria é bem curta mesmo.
Quanto menos sentido fizer o contato ou forem aquelas conversas rasas, menos interesse e energia terei. Eu gosto mesmo é de sentar e conversar sobre as mais recentes pesquisas, sobre colaboração entre pessoas, sobre filosofia, sobre psicologia, comportamento, aprendizado, sobre tecnologia também. Conversar sobre algo e não falar para preencher o nada. Será que as conversas rasas são pré-requisito para as profundas? Sei lá.
Fui escrever algo, dessa vez útil, sobre liderança de pessoas e quando vi, foi com preposição errada, erro de concordância e sei lá mais o quê. Ah! Melhor não dizer nada mesmo. Só que o nada incomoda demais e “demais” talvez seja a palavra que minha cabeça mais conheça. Nada nela é pouco. Só de imaginar que possivelmente isso é com o que eu tenha que aprender a conviver até o fim de meus dias — desanimo.
Queria conseguir fazer nada, sem esse nada cansar tanto.